segunda-feira, 15 de outubro de 2012

ED LINCOLN - SEU PIANO E SEU ÓRGÃO ESPETACULAR [1961]


Ed Lincoln - Seu Piano e Seu Órgão Espetacular [1961]
01. Nunca Mais
02. Confissão
03. Eu Não Tenho Onde Morar
04. Amanhã Eu Vou
05. T'aimer Follement
06. Medley - Atire A Primeira Pedra, Deus Me Perdoe, Pergunte Ao João
07. Tristeza De Nós Dois
08. Lição De Baião
09. Vai Com Deus.


Ed Lincoln

Eduardo Lincoln Barbosa Sabóia
31/5/1932 Fortaleza, CE
16/7/2012 Rio de Janeiro, RJ 


Dados Artísticos


Em 1951, mudou-se para o Rio de Janeiro. Começou a carreira artística como contrabaixista e, depois, passou para o piano e, em seguida, para o orgão elétrico. Na década de 1950, atuou na boate Plaza, tocando baixo e piano, ao lado de Luiz Eça e Johnny Alf. Fez parte do conjunto de Dick Farney. 

Em 1955, formou seu próprio conjunto.  No mesmo ano, gravou seu primeiro disco, interpretando "Amanhã eu vou", de Nilo Sérgio, e "Nunca mais", de sua autoria e Sílvio César. Entre 1955 e  1958, atuou na boate Drink, no Rio de Janeiro, no conjunto de danças dirigido por Djalma Ferreira. Ainda no final dos anos 1950, acompanhou gravações dos iniciantes Claudette Soares e Baden Powell. 

Em 1961, gravou os LPs "Ao teu ouvido"  e "Ed Lincoln boate", que incluiu "Saudade fez um samba", de Carlos Lyra e Ronaldo Boscoli. Nessa época, exerceu a função de diretor musical da gravadora Musidisc. Durante os anos 1960, foi um dos mais requisitados animadores de bailes. Ficaram famosas as apresentações da "Domingueira dançante" no Clube Monte Líbano. 



Em 1963, lançou o LP "Ed Lincoln - Seu piano e seu órgão espetacular", que tinha como destaques as músicas "Só danço samba", de Tom Jobim e Vinícius de Moraes; "Influência do jazz", de Carlos Lyra; "Vamos balançar", de Carlos Imperial, "Balansamba", de Luiz Bandeira; "Um samba gostoso", de sua autoria; "Pra que?", de Silvio César; "Tristeza", de sua autoria e Luiz Bandeira, e "Olhou pra mim", de sua parceria com Silvio César. No mesmo ano, sefreu um grave acidente de carro que o manteve afastado das atividades artísticas por sete meses, período no qual foi substituído nos bailes por Eumir Deodato. No ano seguinte, lançou o LP "A volta". Em suas orquestras atuaram como crooners os cantores Orlandivo, Toni Tornado, Silvio César, Emílio Santiago, Humberto Garin e Pedrinho Rodrigues. Também atuaram em seus conjuntos diversos músicos consagrados, entre os quais, Durval Ferreira, Marcio Montarroyos, Luis Alves, Wilson das Neves, Paulinho Trompete e Celinho. 

Em 1965, gravou o LP "Órgão espetacular", com destasque para "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso, "Locomotion", de Joe Coco; "Mulher de 30", de Luiz Antônio; "Teléco-teco nº 2", de Oldemar Magalhães e Nelsinho; "O amor e a rosa", de Pernambuco e Antônio Maria, e "Vivendo e aprendendo", de sua autoria e Silvio César. No ano seguinte lançou novo LP, que trazia entre outras "É o Cid" e "Se eu tiver", de sua parceria com Silvio César, "O ganso" e "O amor que eu guardei", de sua parceria com Orlandivo, e "Querida" e "Eu não vou mais",  de Orlandivo e Durval Ferreira. 

Em 1967, gravou "O bêbado", "Eu quero ir" e "Eu vou embora", de Orlandivo e Durval Ferreira; "As gaivotas", de sua autoria, e "Se você quiser", de Orlandivo.  Em 1968, fez os arranjos para o sucesso "Anjo azul", gravado pela cantora Adriana. No mesmo ano, lançou um de seus LPs de maior prestígio e que trazia entre outros sucesso "Zum, zum, zum", de Silva e Adamastot, "Waldemar", de Orlandivo e Deval, e "Choro do bebê", de De Savoya, sendo considerado por muitos historiadores o primeiro LP independente brasileiro. 

Em 1971, teve um de seus LPs, que trazia entre outras "O bêbado", de Orlandivo e Durval Ferreira, "Saci Pererê", de Mendes e Terra, e "As gaivotas", de sua autoria, relançado pela gravadora CID. Por essa época, começou a se afastar dos bailes e passou a atuar como músico de estúdio gravando gingles e trilhas sonoras, além de lançar discos com coletâneas dançantes de sucessos nacionais e internacionais, assinados com os mais diferentes pseudônimos, como: Glória Benson, Orquestra Los Angeles e Orquestra Romance Tropical. Foi um dos primeiros músicos brasileiros a se dedicar à música eletrônica e a fazer experiências com música através de computador. 

Em 1988, gravou em um microcomputador "Commodore 64" o LP "Toque novo", lançado no ano seguinte. Em 1989, lançou pelo selo Elenco/PolyGram o LP "Novo toque", com a regravação de antigos sucessos entre os quais "Ai, que saudade dessa nega", de sua autoria. 

Em 2000, fez participação especial na faixa "Conversa mole", no CD do cantor Ed Motta. Por essa época, muitas de suas músicas, como "Cochise" e "Se você quiser", passaram a ser presença frequente nas pistas de dança da Inglaterra, dando ensejo a uma onda de pirataria de seus discos fora de catálogo. Nessa mesma época teve a música "É o Cid", parceria com Silvio César, regravada pela equipe de bailes "Furacão 2000", considerada como o novo "Rei dos bailes" dos subúrbios do Rio de Janeiro. 

Em 2001, teve a música "Jogaram o caxangá" relançada na coletânea "Samba soul 70 - Rare groove party", do selo belga Ziriguiboom. Em 2002, o selo inglês Whatmusic.com relançou em CD o LP que trazia entre outras "Zum zum zum", "Waldemar" e "O choro do bebê".

 Em 2003, apresentou-se com seu conjunto no projeto "Sambalanço - A bossa que correu o muno", concebido pelo músico Henrique Cazes, e apresentado no Centro Cultural Primeiro de Março. No mesmo ano, apresentou no Centro Cultural Banco do Brasil o show "Saudade fez um samba", depois de 30 anos longe dos palcos. Cerca de dois anos depois, teve problemas de saúde, e teve que se afastar da carreira artística morando na cidade de Petrópolis. 

Em 2007, retomou as atividades gravando em órgão Hammond o samba "Sem compromisso", de Geraldo Pereira e Nelson Trigueiro, para ser incluído no novo CD de Marcelinho da Lua. 

Em 2009, foi homenageado pelo jornalista Joaquim Ferreira dos Santos na crônica "Sambalanço: Quando é que os críticos vão dançar com Ed Lincoln?". Nessa crônica o jornalista afirma: "Ele veio nas águas da bossa nova, uma praia de ondas deliciosamente intermináveis, mas presas às perfeições harmônicas, com professores de violão e letristas pedindo permissão do Itamaraty para compor. Ed Lincoln, saído dos mesmos inferninhos da turma, foi o rei dos bailes dos anos 60. Enquanto a bossa se complicava com o jazz e mais adiante se politizava, ele da vida queria apenas colocar as pessoas para dançar". 

Em 2011, foi lançada caixa "O Rei dos bailes" com a remasterização de seis de seus LPs lançados entre1960 e 1966, e que são atualmente considerados raridade e disputados por pesquisadores e colecionadores. (DICIONÁRIO DE CRAVO ALBIN DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA).
LINK DA FONTE DE PESQUISA:http://www.dicionariompb.com.br/ed-lincoln/dados-artisticos

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